Os xeques árabes devem babar de inveja: o Corão proíbe juros, ou melhor, proíbe a manipulação do dinheiro. Eles têm que usar artifícios para ter rendimentos de capital, ou jogar o dinheiro nas bolsas infiéis. Recentemente, num desses emirados, o xeque foi despachado para casa, devidamente desafortunado, porque cometeu crimes semelhantes aos do Delúbio e do Zé Dirceu. E ele era um dos donos do dinheiro...
Mas os xeques salgam os preços do petróleo, enquanto montam usinas de dessalinização da água e previnem o futuro. Os Estados Unidos já iniciaram as pesquisas da qualidade da água, prevendo que usarão brevemente suas reservas. O leviano Brasil não se importa: a maior bacia hidrográfica do planeta está sendo contaminada de forma atroz, e ninguém nem toma conhecimento. Literalmente: não há qualquer pesquisa a respeito.
E toma cruzada marqueteira repetindo o Grande Brasil da ditadura, que repete a França Profunda francesa, que repete o New Deal americano, que repete o Império onde o sol nunca se põe, da Inglaterra, que repete um livrinho amaldiçoado, mas seguido à risca, desde que foi escrito: o Príncipe.
Pois que deve o príncipe buscar motivos externos quando a situação interna piora, fazer uma guerra para se desviar das crises intestinas, montar uma cruzada se o governo estiver difícil. Mesmo que seja a cruzada das crianças para libertar Jerusalém, ou a do etanol para salvar o mundo.
2 comentários:
Bom dia, Ana
levei seu post para o meu blog.
Quando eu crescer, quero escrever como Ana Diniz.
Abraços
obrigada, bia.
Um amigo meu mandou-me dizer de Roma:
"Eu vi, ninguém me contou. A farra é grande e a família inteira participa."
Vai daí...
Abraço, Ana
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