segunda-feira, 21 de maio de 2007

Na rede

Na rede

Pois é, agora saiu.
Ainda não é exatamente um blog, mas está no caminho, que vai ser um pouco demorado, porque, explica-me o Osmar Arouck, trata-se de tecnologia ainda em construção, como tudo na rede.
E fui convencida a sair do reduto do e-mail para a página pública através de uma série de argumentos que envolvem deste proteção anti-spam e anti-deturpações até etiqueta (no sentido de boas práticas) no uso da correspondência eletrônica.
Em alguns dias, aprendi que você estará quebrando a privacidade de terceiros se mandar listas de endereço encabeçando o seu e-mail, o que praticamente inviabiliza o uso de grupos de distribuição de correspondente; descobri que há programas baratinhos que fazem o serviço de distribuição com o sigilo necessário; compreendi que não há como evitar o tititi na rede, e que é necessário ter um local onde alguém possa checar se o que recebeu assinado por alguém é mesmo desse alguém, ou é o que esse alguém escreveu; além disso, no espaço público da rede, globalizado, a legislação nacional alcança apenas um trecho, e o restante está sob outros governos.
Vai daí que me instalei neste blog, para onde será possível enviar comentários, críticas e sugestões, e que pretendo desenvolver, aos poucos, buscando participar da construção desta linguagem, nesta maravilhosa infinidade de páginas e temas.
Nem tudo o que cai na rede é peixe, e jamais o criador desta expressão, tão antiga que se perde na memória da cultura brasileira, imaginou que se aplicaria tão bem ao espaço virtual. Ao procurar alguma indicação para limpeza de aço inoxidável, encontro coisas tão contraditórias que saio da rede como entrei, ou seja, cheia de perguntas. Isto vale também para a correspondência eletrônica; e sequer se sabe se o nome da pessoa é verdadeiro ou não.
Será que se constrói um mundo onde o quem será menos importante que o que?
Mesmo o que é duvidoso. Um dia destes cai sob meus olhos um trabalho escolar, universitário. O sujeito tinha feito uma busca na rede, com uma só palavra; o que veio, colou numa folha em branco, imprimiu e apresentou. Ele falava de psiquiatria numa prova de direito! Fui saber, de professores, que isso é mais que comum, e que muitos trabalhos são apresentados em duplos e triplos, sem qualquer contato entre os alunos...
Bem, isto é a velha cola escolar, agora literalmente executada com os recursos da informática. E o aluno relapso faz a pergunta cretina: “Porque estudar, se o que eu preciso está ali, ao alcance de um dedo?”
Mas mesmo para que o dedo alcance o necessário é preciso saber procurar, e talvez isso a rede traga de bom: as pessoas vão reaprender a perguntar, mesmo que seja na forma de palavras soltas ou somadas, sem nexo claro entre elas. Já podem perguntar mais do que toda a geração dos anos 60, perguntadeira por excelência, conseguiu fazer. E têm mais respostas do que necessitam.
Essas respostas abrem novos caminhos para o conhecimento, e reduzem as torres: tanto a de Babel como a de marfim, gradativamente perdem importância, porque não é mais necessário alcançar o céu provar que a humanidade alcançou outro patamar.
Até à próxima.

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